À medida que avançamos em tecnologias e novas usabilidades de ferramentas, processos e experiências, percebemos que de fato estamos passando por grandes transformações. 

Nesse mesmo sentido, e na verdade com um cenário de transformação sem precedentes, temos o setor de compras impulsionado por uma confluência de tecnologias emergentes e mudanças nos comportamentos dos consumidores. 

Esta era marca uma evolução significativa, onde a personalização, agilidade e a tecnologia digital se tornam chaves para o sucesso. Por isso, nesses tempos dinâmicos, entender e antecipar as tendências do setor de compras não é apenas uma vantagem competitiva, mas uma necessidade vital para empresas que buscam se destacar no mercado global.

Quais as tendências no setor de compra? 

As tendências para o setor de compras indicam que haverá forte influência da comunicação mais personalizada, adaptada às diversas gerações de consumidores online, cada uma com suas características e comportamentos de consumo únicos. 

Essa abordagem caminha junto com a crescente demanda por humanização nas interações, processo em que a experiência do cliente se torna central, indo muito mais além do que a mera transação comercial. Tudo com intuito de criar uma conexão mais significativa e envolvente​​.

Além disso, a adoção de metodologias ágeis de marketing, como Scrum ou Kanban, permitirá que as empresas se ajustem rapidamente às mudanças de mercado, otimizando resultados e promovendo uma aprendizagem contínua​​. 

A análise estratégica de dados também desempenha um papel crucial, permitindo personalizações mais efetivas nas campanhas de marketing e melhorando a eficiência operacional. Contudo, a ética e a segurança na gestão dessas informações são essenciais para manter a confiança do consumidor​​.

Programas de fidelidade, impulsionados por pontos e cashback, também são esperados para ganhar destaque, recompensando a lealdade dos consumidores e fortalecendo os laços emocionais com as marcas​​. Paralelamente, temos a Inteligência Artificial que continuará a revolucionar o marketing, oferecendo experiências mais personalizadas e envolventes, além de otimizar processos e impulsionar a criatividade​​.

A implementação de chatbots e voicebots será fundamental para fornecer respostas em tempo real, oferecendo uma experiência de compra mais eficiente e personalizada, enquanto o posicionamento de marca ganhará importância, orientando as empresas na construção de uma identidade de mercado distintiva e relevante​​.

Metodologias ágeis 

As metodologias ágeis no setor de compras são fundamentais para uma rápida adaptação às mudanças de mercado e otimização de processos. Ferramentas como Scrum ou Kanban permitem aceleração nos ciclos de entrega e fomentam uma cultura de aprendizado constante, o que é vital em um ambiente de negócios dinâmico. 

Por exemplo, se uma empresa implementa uma metodologia ágil no seu setor de compras, utilizando o Scrum, a equipe de compras conseguirá organizar suas tarefas em sprints, períodos de trabalho intensivo com objetivos específicos. Em cada sprint, eles podem se concentrar em diferentes aspectos das compras, como avaliação de fornecedores, negociações de contrato ou otimização de inventário.

Ou ainda, a empresa pode usar um quadro Kanban, onde a equipe visualiza o fluxo de trabalho, identificando gargalos e priorizando tarefas com base na urgência e importância. Isso ajudará a empresa em uma resposta rápida a mudanças de mercado, como a necessidade de encontrar novos fornecedores devido, por exemplo, a interrupções na cadeia de suprimentos.

Integrando essas metodologias ágeis com tecnologias como sistemas de ERP e análise de dados, a empresa consegue agilizar ainda mais os processos de compras, tornando-os mais eficientes e adaptáveis às necessidades futuras.

Contudo, não apenas as metodologias ágeis bastam. Elas precisam, necessariamente, estar integradas às novas tecnologias, para que juntas consigam tornar as empresas mais ágeis, inovadoras e adaptadas às necessidades futuras.

Computação em nuvem

A integração de tecnologias emergentes, como a Inteligência Artificial e computação em nuvem, é o que ajudará a impulsionar as inovações e melhorar a experiência do usuário.

Plataformas na nuvem específicas para cada setor são capazes de oferecer soluções personalizadas, promovendo agilidade e flexibilidade nas respostas às demandas do mercado.

Podemos exemplificar essa tendência, no uso prático de um sistema de gestão de compras baseado na nuvem. Esse tipo de sistema permite o armazenamento e acesso a dados de fornecedores, contratos, histórico de compras e tendências de preços em tempo real, acessível de qualquer lugar. 

Com a integração de Inteligência Artificial e machine learning, o sistema pode analisar padrões de compra, identificar oportunidades de economia e recomendar fornecedores ou produtos alternativos. Isso não só melhora a eficiência e a tomada de decisões no setor de compras, mas também facilita a colaboração entre diferentes departamentos, otimizando o processo de desenvolvimento de produtos e a produtividade geral da empresa.

Além disso, aplicativos inteligentes que utilizam IA e machine learning transformarão a experiência de compra, com funcionalidades que aprendem e se adaptam ao comportamento do usuário, melhorando a tomada de decisões e a jornada de compra. 

A capacidade das engenharias de dados criar bases robustas e flexíveis para sistemas mais complexos, vão melhorar ainda mais a colaboração e a eficiência no desenvolvimento de produtos. 

Por isso, conectar e ampliar a força de trabalho, de forma que elas combinem tecnologias avançadas e ferramentas digitais, será essencial para aprimorar habilidades e impulsionar a produtividade. 

Integração de Dados 

Temos que considerar, ainda, a integração de dados como fator essencial no setor de compras. Isso porque ajuda na compreensão aprofundada do comportamento do consumidor e das tendências de mercado. 

A integração de dados permite que as empresas personalizem suas ofertas e respondam rapidamente às mudanças no mercado, otimizando estratégias e melhorando a tomada de decisões. 

Por isso, a capacidade de analisar dados em tempo real é vital para identificar padrões emergentes de consumo, permitindo ajustes ágeis nas estratégias comerciais. Além disso, a integração de dados aprimora a eficiência operacional, otimizando a cadeia de suprimentos e gerenciamento de inventário, e será crucial para garantir a conformidade regulatória e a governança de dados. 

Personificação de experiências 

A personificação de experiências no setor de compras já é crucial – e continuará ainda mais necessária – para criar conexões mais profundas com os consumidores. Por isso essa abordagem precisará se concentrar em oferecer experiências de compra altamente personalizadas, adaptando cada interação às preferências e ao histórico individual do cliente. 

Utilizando dados detalhados e Inteligência Artificial, as empresas poderão analisar padrões de comportamento, preferências e feedbacks para desenvolver jornadas de compra que sejam não apenas transacionais, mas também emocionalmente envolventes e significativas para cada cliente.

A personalização se manifestará em recomendações de produtos direcionadas em plataformas de e-commerce e experiências imersivas em lojas físicas, aproveitando tecnologias como a realidade aumentada. Os serviços ao cliente também precisarão ser customizados, com chatbots e assistentes virtuais oferecendo assistência personalizada e aprendendo com interações anteriores.

Os indicativos de ênfase na personalização não apenas aprimoram a experiência do cliente, mas também fomentam a lealdade e o engajamento. Clientes que percebem que suas preferências são reconhecidas tendem a formar um vínculo mais forte e duradouro com as marcas. 

Simplificação de processos 

Todos os pontos já discutidos acima, precisarão ainda ter em sua forma de ação a simplificação, com o objetivo de aumentar a eficiência e agilidade operacionais diante de um ambiente de negócios cada vez mais complexo. 

Portanto, essa tendência de abordagem envolve a redução das decisões, ações e etapas necessárias para atingir um objetivo, como o empoderamento dos colaboradores para resolver problemas cotidianos diretamente, eliminando cadeias de decisões desnecessárias.

Isso requer uma avaliação cuidadosa dos processos para identificar onde a complexidade é excessiva e onde a simplificação pode preservar ou melhorar os resultados com uma economia de recursos​​.

Podemos dizer que a simplificação de processos serve para tomar o caminho mais eficiente, semelhante a escolher a rota marítima mais direta. Isso é especialmente importante na era da transformação digital, onde se espera que as empresas forneçam soluções imediatas, ágeis e flexíveis. 

Basicamente, a simplificação dos processos gera diferenciais competitivos, pois permite que as empresas que se adaptam ao novo cenário operem com menos colaboradores, insumos, tempo e dinheiro, criando uma vantagem significativa sobre os concorrentes​​. Afinal, quando os processos são simplificados a empresa ganha maior agilidade para atender às necessidades das partes interessadas e permite que a empresa cresça sem grandes aumentos de custo​​.

Quais as tendências para o futuro? 

várias tendências-chave para o futuro das empresas, que incluem tecnologia e conectividade, sustentabilidade (ESG), uso responsável de recursos e governança corporativa. Vamos explorar cada uma delas detalhadamente:

Tecnologia e Conectividade: 

O cenário atual e expectativas de vindouras nos indicam que as empresas do futuro estarão fortemente embasadas na tecnologia e conectividade, incorporando inovações para tornar os processos mais ágeis, escaláveis e eficientes. 

Portanto, as empresas precisarão incluir a adoção de soluções digitais e a automatização de processos, além da criação de experiências que unem o físico e o digital (figital), como trabalho à distância e automação dos negócios​​​​.

ESG (Environmental, Social, and Governance): 

Haverá (é necessário que haja!) um foco crescente em sustentabilidade, de modo que as empresas invistam em economia circular, energias renováveis e redução da emissão de carbono. 

É importantíssimo que a preocupação com o impacto ambiental e social das atividades empresariais se torne uma prioridade, para que encontremos um equilíbrio entre economia e meio ambiente​​​​.

Reduzir, Reusar, Reciclar: 

Nesse sentido, as práticas de redução, reutilização e reciclagem precisam se tornar cada vez mais recorrentes e alinhadas com as maneiras de operar das empresas de forma mais sustentável e responsável. Alinhando, portanto, com o conceito de economia circular, onde o objetivo é minimizar o desperdício e maximizar o uso eficiente dos recursos.

Logística Reversa: 

As empresas precisarão, ainda, adotar práticas de logística reversa, incentivando a reciclagem e o reuso de produtos. Isso será crucial para reduzir o impacto ambiental e promover um ciclo de vida sustentável para os produtos.

Uso Racional de Recursos:

Além disso, é preciso que caminhemos com o objetivo de aumentar o uso racional e eficiente dos recursos. As empresas precisam, então, buscar otimizar a utilização de insumos e minimizar o desperdício.

Resultados Responsáveis: 

Compreendendo a importância de todos esses pontos, é preciso que as empresas foquem, portanto, em alcançar resultados que não apenas beneficiam financeiramente, mas que também sejam responsáveis do ponto de vista social e ambiental.

Governança Corporativa: 

Ainda nesse cenário de priorização das tendências do futuro, não podemos esquecer que a governança corporativa forte e ética é um ponto vital. É preciso que as empresas tenham um foco crescente na transparência, responsabilidade e na inclusão de práticas de negócios éticas e sustentáveis.

Compliance: 

Atualmente, já vemos que as empresas do futuro estão se concentrando em revisões contínuas de suas comunicações e produtos, com um forte enfoque em diversidade, inclusão e sustentabilidade. 

E esse tipo de preocupação precisa se tornar compromisso com as práticas éticas e sustentáveis, o que reflete um alinhamento crescente com os princípios de compliance. Nos indicando uma tendência para uma conduta empresarial responsável no mercado futuro.

Colaboração e Cocriação: 

Para que todos esses pontos sejam colocados em prática é preciso que caminhemos para o movimento em direção à colaboração e cocriação.  Isso significa que as empresas precisam trabalhar em conjunto com stakeholders, incluindo clientes, para inovar e desenvolver soluções que atendam às necessidades emergentes do mercado​​​​​​.

Nesse sentido, a introdução de novos modelos de negócios amplia as oportunidades para colaborações mais extensas. Além disso, a ênfase na inclusão ao atender públicos diversos estimula a cocriação de soluções mais eficazes e criativas.

Novos Modelos de Negócios: 

Por fim, não podemos deixar de destacar que sustentando todos esses entendimentos, temos os novos (e já atuais) modelos de negócios que revelam uma clara inclinação para a inovação e adaptação. 

Com o avanço tecnológico e com as mudanças trazidas pela pandemia, já temos em prática modelos como serviços por assinatura e telesserviços para aquisições corporativas. Esses modelos estão transformando a maneira como as empresas adquirem bens e serviços, proporcionando soluções digitais completas que vão desde a seleção de fornecedores até o gerenciamento de pedidos online.

Esses modelos, por exemplo, indicam uma transição para abordagens de compras mais ágeis, digitais e responsivas, alinhadas com as demandas emergentes do mercado e com um foco renovado em eficiência, sustentabilidade e bem-estar.

Conclusão

Entendemos, portanto, que olhando para o futuro, especialmente no setor de compras, é preciso que esteja alinhado à vanguarda da inovação e da transformação digital. 

A adoção de novos modelos de negócios, a integração de tecnologias avançadas como a Inteligência Artificial, e a ênfase na personalização e sustentabilidade, são mais do que tendências – são pontos necessários a serem seguidos para o sucesso da empresa. 

À medida que as empresas se adaptam a este novo paradigma, elas não apenas melhoram a eficiência e a experiência do cliente, mas também estabelecem um novo padrão para a responsabilidade corporativa e a inovação no mercado global.

Temas:

Compartilhe nas redes sociais

Escrito por Natalia Sartorelli

Autora Vamos Escrever, é bacharel em Administração pela UNESP e pós-graduada em Gestão da Produção pela UFSCar, sempre desenvolveu trabalhos voltados para consultoria empresarial. Com conhecimentos em gestão financeira, operacional e estratégica, fundou a PH3 Consultoria, visando auxiliar empresas a serem mais organizadas e lucrativas. Adora organizar ideias e negócios. 📩nataliasartorelli@vamosescrever.com.br Saiba mais sobre o autor